segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

PAI NOSSO...





Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome!

Cremos em vós, Senhor, porque tudo nos revela o vosso poder e a vossa bondade. A harmonia do Universo e a prova de uma sabedoria, de uma prudência, e de previdência que ultrapassam todas as faculdades humanas. O nome de um Ser soberamente grande e sábio está inscrito em todas as obras da criação, desde a relva humilde e do menor inseto, até os astros que movem no espaço. Por toda parte, vemos a prova de uma solicitude paternal. Cego, pois, é aquele que não vos glorifica nas vossas obras, orgulhoso aquele que não vos louva, e ingrato àquele que não vos rende graças.

 Venha a nós o vosso Reino!

Senhor, destes aos homens leis plenas de sabedoria, que os fariam felizes, se eles as observassem. Com essas leis, poderiam estabelecer a paz e a justiça, e poderiam ajudar-se mutuamente, em vez de mutuamente se prejudicarem, como o fazem. O forte ampararia o fraco, em vez de esmagá-lo. Evitados seriam os males que nascem dos abusos e dos excessos de toda espécie. Toda as misérias deste mundo decorrem da violação das vossas leis, porque não há uma única infração que não traga suas conseqüências fatais.

Destes ao animal o instinto que lhe traça os limites do necessário, e ele naturalmente se conforma com isso. Mas ao homem, além do instinto, destes a inteligência e a razão. E lhe destes ainda a liberdade de observar ou violar aquelas das vossas leis que pessoalmente lhe concernem, ou seja, a faculdade de escolher entre o bem e o mal, para que ele tenha o mérito e a responsabilidade dos seus atos.

Ninguém pode pretextar ignorância das vossas leis, porque, na vossa paternal providência, quisestes que elas fossem gravadas na consciência de cada um, sem nenhuma distinção de cultos ou de nacionalidades. Assim, aqueles que as violam, é porque vos desprezam.

Chegará o dia em que, segundo a vossa promessa, todos as praticarão. Então a incredulidade terá desaparecido, todos vos reconhecerão como o Soberano Senhor de todas as coisas, e primado de vossas leis estabelecerá o vosso Reino na Terra.

Dignai-vos, Senhor, de apressar o seu advento, dando aos homens a luz necessária para se conduzirem no caminho da verdade!

 Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no céu!

Se a submissão é um dever do filho para com o pai, do inferior para como superior, quanto maior não será a da criatura para com seu Criador! Fazer a vossa vontade, Senhor, é observar as vossas leis e submeter-se sem lamentações aos vossos desígnios divinos. O homem se tornará submisso, quando compreender que sois a fonte de toda a sabedoria, e que sem vós ele nada pode. Fará então a vossa vontade na Terra, como os eleitos a fazem no céu.

 O pão nosso, de cada dia, dai-nos hoje!

Dai-nos o alimento necessário à manutenção das forças físicas, e dai-nos também o alimento espiritual, para o desenvolvimento do nosso espírito.

O animal encontra a sua pastagem, mas o homem deve o seu alimento à sua própria atividade e aos recursos da sua inteligência, porque o criastes livre.

Vós lhe dissestes: “Amassarás o teu pão com o suor do teu rosto”, e com isso fizestes do trabalho uma obrigação, que o leva a exercitar a sua inteligência na procura dos meios de prover às suas necessidades e atender ao seu bem estar: uns pelo trabalho material, outros pelo trabalho intelectual. Sem o trabalho, ele permaneceria estacionário e não poderia aspirar à felicidade dos Espíritos Superiores.

Assistis ao homem de boa vontade, que em vós confia para o necessário, mas não aquele que se compraz na ociosidade e gostaria de tudo obter sem esforço, nem ao que busca o supérfluo. (Cap. XXV)

Quantos há que sucumbem por sua própria culpa, pela sua incúria, pela sua imprevidência ou pela sua ambição, por não terem querido contentar-se com que lhes destes! São esses os artífices do próprio infortúnio, e não tem o direito de queixar-se, pois são punidos naquilo mesmo em que pecaram. Mas mesmo a eles não abandonais, porque sois infinitamente misericordioso, e lhes estendeis a mão providencial, desde que, como filho pródigo, retornem sinceramente para vós. (Cap.V, nº 4).

Antes de nos lamentarmos de nossa sorte, perguntemos se ela é a nossa própria obra; a cada desgraça que nos atinja, verifiquemos se não poderíamos tê-la evitados; repitamos a nós mesmos que Deus nos deu a inteligência para sairmos do atoleiro, e que de nós depende aplicá-la bem.

Desde que a lei do trabalho condiciona a vida do homem na Terra, dai-nos a coragem e a força de cumpri-la; dai-nos também a prudência e a moderação, a fim de não pormos a perder os seus frutos.

Dai-nos pois, Senhor, o pão nosso de cada dia, ou seja, os meios de adquirir pelo trabalho as coisas necessárias, pois ninguém tem o direito de reclamar o supérfluo.

Se estivemos impossibilitados de trabalhar, que confiemos na vossa divina providência.

Se estiver nos Vossos desígnios provar-nos com as mais duras privações, não obstante os nossos esforços, aceitamo-lo como uma justa expiação das faltas que tivermos podido cometer nesta vida ou numa vida anterior, porque sabemos que sois justo, e que não há penas imerecidas, pois jamais castigais sem causa.

Preservai-nos, ó Senhor, de conceber a inveja contra os que possuem aquilo que não temos, ou mesmo contra os que dispõem do supérfluo, quando nos falta o necessário. Perdoai-lhes, se esquecem à lei de caridade e de amor ao próximo, que ensinastes. (Cap. XVI, nº 8)

Afastai ainda do nosso espírito a idéia de negar a vossa justiça, ao ver a prosperidade do mal e a infelicidade que abate às vezes o homem de bem. Pois já sabemos, graças às novas luzes que ainda nos destes, que a vossa justiça sempre se cumpre e não faz exceção de ninguém; que a prosperidade material do maldoso é tão efêmera como a sua existência corporal, acarretando-lhe terríveis revezes, enquanto será eterno o júbio daquele que sofre com resignação. (Cap. V, nº 7, 9, 12 e 18).

Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos que nos devem. Perdoai-nos as ofensas como nós perdoamos aos que nos ofenderam.

Cada uma das nossas infrações às vossas leis, Senhor, é uma ofensa que vos fazemos, e uma dívida contraída, que cedo ou tarde teremos de pagar. Solicitamos à vossa infinita misericórdia a sua remissão, sob a promessa de empregarmos os nossos esforços em não contrair outras.

Fizestes da caridade, para todos nós, uma lei expressa; mas a caridade não consiste unicamente em assistirmos os nossos semelhantes nas suas necessidades, pois consiste ainda no esquecimento e no perdão das ofensas. Com que direito reclamaríamos a vossa indulgência, se faltamos com ela para aqueles de que nos queixamos?

Dai-nos, Senhor, a força de sufocar em nosso íntimo todo ressentimento, todo ódio e todo rancor. Fazei que a morte não nos surpreenda com nenhum desejo de vingança no coração. Se vos aprouver retirar-nos hoje mesmo deste mundo, fazei que possamos nos apresentar a vós inteiramente limpos de animosidade, a exemplo do Cristo, cujas últimas palavras foram em favor dos seus algozes. (Cap. X).

As perseguições que os maus nos fazem sofrer são parte das nossas provas terrenas; devemos aceitá-las sem murmurar, como todas as outras provas, sem maldizer os que, com as suas perversidades, nos abrem o caminho da felicidade eterna, pois vós nos dissestes, nas palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem pela justiça!”. Abençoemos, pois, a mão que nos fere e nos humilha, porque as mortificações do corpo nos fortalecem a alma, e seremos levantados da nossa humildade. (Cap. XII, nº 4).

Bendito seja o vosso nome, Senhor, por nos haverdes ensinado que a nossa sorte não está irrevogavelmente fixada após a morte; que encontraremos, em outras existências, os meios de resgatar e reparar as nossas faltas passadas, e de realizar numa nova vida aquilo que nesta não pudemos fazer, para o nosso adiantamento. (Cap. IV; cap. V, nº 5).

Assim se explicam, enfim, todas as aparentes anomalias da vida: a luz é lançada sobre o nosso passado e o nosso futuro, como um sinal resplendente da vossa soberana justiça e da vossa infinita bondade.

 Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Dai-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus Espíritos, que tentarão desviar-nos da senda do bem, inspirando-nos maus pensamentos.

Mas nós somos, nós mesmos, Espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas faltas e nos melhorarmos. A causa do mal está em nós próprios, e os maus Espíritos apenas se aproveitam de nossas tendências viciosas, nas quais nos entretêm, para nos tentarem.

Cada imperfeição é uma porta aberta às suas influências, enquanto eles são impotentes e renunciam a qualquer tentativa contra os seres perfeitos. Tudo o que possamos fazer para afastá-los será inútil, se não lhes opusermos uma vontade inquebrantável na prática do bem, com absoluta renúncia ao mal. É, pois, contra nós mesmos que devemos dirigir os nossos esforços, e então os maus Espíritos se afastarão naturalmente, porque o mal é o que os atrai, enquanto o bem os repele. (Ver adiante: Preces pelos obsedados)

Senhor, amparai-nos em nossa fraqueza, inspirai-nos, pela voz dos nossos anjos guardiões e dos Bons Espíritos, à vontade de corrigirmos as nossas imperfeições, a fim de fecharmos a nossa alma ao acesso dos Espíritos impuros.

O mal não é portanto, vossa obra, Senhor, porque a fonte de todo o bem não pode engenhar nenhum mal. Somos nós mesmos que o criamos, ao infringir as vossas leis, e pelo mau uso que fazemos da liberdade que nos concedestes. Quando os homens observarem as vossas leis, o mal desaparecerá da Terra, como já desapareceu dos mundos mais adiantados.

Não existe para ninguém a fatalidade do mal, que só parece irresistível para aqueles que nele se comprazem. Se tivermos vontade de fazê-lo, também poderemos ter a de fazer o bem. E é por isso, ó Senhor, que solicitamos a vossa assistência e a dos Bons Espíritos, para resistirmos à tentação.

Assim seja!

Que vos apraza, Senhor, a realização dos nossos desejos! Inclinamo-nos, porém, diante da vossa infinita sabedoria. Em todas as coisas que não nos é dado compreender,que sejam feitas segundo a vossa santa vontade e não segundo a nossa, porque vós só quereis o nosso bem, e sabeis melhor do que nós o que nos convém.

Nós vos dirigimos esta prece, Senhor, por nós mesmos, mas também por todas as criaturas sofredoras, encarnadas e desencarnadas, por nossos amigos e por nossos inimigos, por todos os que reclamam a nossa assistência, e em particular por Fulano. Suplicamos para todos a vossa misericórdia e a vossa benção.



(desconheço autoria).

Obs: caso alguém saiba quem é o autor(a), desse texto avise-me para
que possa dar os devidos créditos.

Fonte da imagem:  http//www.google.com.br


SAUDADES DE VOCÊS MEUS AMIGOS.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

SOU PROFESSOR.





Sou professor. 
Nasci no momento exato em que uma pergunta saltou da boca de uma criança. Fui muitas pessoas em muitos lugares.

 Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas a descobrir novas idéias através de perguntas. 

Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo da mão estendida de Helen Keller. 

Sou Esopo e Hans Christian Andersen, revelando a verdade através de inúmeras histórias. 

Sou Marva Collins, lutando pelo direito de toda a criança à Educação. 

Sou Mary McCloud Bethune, construindo uma grande universidade para meu povo, utilizando caixotes de laranja como escrivaninhas. 

Sou Bel Kauffman, lutando para colocar em prática o Up Down Staircase. 

Os nomes daqueles que praticaram minha profissão soam como um corredor da fama para a humanidade... 

Booker T. Washington, Buda, Confúcio, Ralph Waldo Emerson, Leo Buscaglia, Moisés e Jesus. 

Sou também aqueles cujos nomes foram há muito esquecidos, mas cujas lições e o caráter serão sempre lembrados nas realizações de seus alunos. 

Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos, gargalhado de júbilo no nascimento de seus filhos e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão ao lado de suas sepulturas cavadas cedo demais, para corpos jovens demais. 

Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator, amigo, enfermeiro e médico, treinador, descobridor de artigos perdidos, como o que empresta dinheiro, como motorista de táxi, psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé. 

A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos, histórias e livros, não tenho tido, na verdade, nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas a si próprios para aprender, e eu sei que é preciso o mundo inteiro para dizer a alguém quem ele é. 

Sou um paradoxo. É quando falo alto que escuto mais. Minhas maiores dádivas estão no que desejo receber agradecido de meus alunos. 

Riqueza material não é um dos meus objetivos, mas sou um caçador de tesouros em tempo integral, em minha busca de novas oportunidades para que meus alunos usem seus talentos e em minha procura constante desses talentos que, às vezes, permanecem encobertos pela autoderrota. 

Sou o mais afortunado entre todos os que labutam. A um médico é permitido conduzir a vida num mágico momento. 

A mim, é permitido ver que a vida renasce a cada dia com novas perguntas, idéias e amizades. Um arquiteto sabe que, se construir com cuidado, sua estrutura poderá permanecer por séculos. 

Um professor sabe que, se construir com amor e verdade, o que construir durará para sempre. 

Sou um guerreiro, batalhando diariamente contra a pressão dos colegas, o negativismo, o medo, o conformismo, o preconceito, a ignorância e a apatia. 

Mas tenho grandes aliados: Inteligência, Curiosidade, Apoio paterno, Individualidade, Criatividade, Fé, Amor e Riso, todos correm a tomar meu partido com apoio indômito.(...) E assim, tenho um passado rico em memórias. 

Tenho um presente de desafios, aventuras e divertimento, porque a mim é permitido passar meus dias com o futuro. Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dias. 


(John W. Schlatter).




domingo, 21 de setembro de 2014

BEM VINDA PRIMAVERA.



É tempo de flores.
Os pássaros já fazem seus ninhos, colocam seus ovos, chocam, e os filhotes se preparam para quebrar a casca. É o primeiro passo para ser um vencedor.
Na natureza, as fêmeas, após meses de gestação, se preparam para parir suas crias e dar continuidade à sua espécie.
Livres e soltos na natureza, os filhotes terão pouco tempo para aprenderem a se virar sozinhos, e só os fortes sobreviverão.
Assim como na natureza, somos nós. Estamos vivos, somos vencedores!
Será?
Com a chegada da primavera, é o momento de colocarmos nossos projetos em prática, sem medo e tendo consciência do que queremos.
Pergunte-se:
Quais são os meus sonhos?O que quero para mim?
Quais projetos eu gerei no outono e inverno, quando entrei na minha introspecção?
Será que consegui eliminar o que realmente não tem mais sentido para mim?
Vamos acreditar que sim. Ainda dá tempo de refletir e mandar embora o que você não quer mais em sua vida.
Agora é a hora.
Vamos entrar em ação e colocar nossos projetos e sonhos para fora.
Não podemos ficar parados e ver a vida passar. Podemos perder o nosso trem ou descer em estação errada. Aí não adianta reclamar.
Acredite!
Você é capaz de realizar o que quiser.
Tem um ditado que diz:
Muitos querem, mas não podem.
Muitos podem, mas não querem.
Eu posso, eu quero e vou fazer.
Uma linda primavera a todos!

(autor desconhecido).

AMIGOS: 

Quanto tempo, estava com muitas saudades de todos, fico triste em não ter
tempo mais para postar como antes, mas estou bem, cuidando do meu neto
que está cada dia mais lindo, agradeço de coração a todos os que por aqui
deixam seu carinho, meu muito obrigada.

domingo, 11 de maio de 2014

FELIZ DIA DAS MÃES.



A mãe é a nuvem 
Que enche e despeja
A mãe é a luz 
Que está sempre acesa

A mãe é a vida
Que dá ao nascer
A mãe é o tempo
Que passa a correr

A mãe que eu tive
A mãe que eu sou
A mãe orgulhosa
Que seu filho gerou

A mãe é a fada
Que dá o condão
A mãe dá a vida
E reparte o pão

A mãe é a lua
Cercada de estrelas
A mãe é a água
Pura das ribeiras

A mãe é a flor
Que vamos cheirar
A mãe é a pérola
Que queremos guardar

Se tens tua mãe
Dá-lhe o teu carinho
Dá-lhe o teu amor
Dá-lhe mil beijinhos

(Amélia Bento).


Foto da imagem:

http:www.google.com.br

quinta-feira, 6 de março de 2014

TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI.




Há uma quebra na história familiar onde as
idades se acumulam e se sobrepõem e a
ordem natural não tem sentido: é quando
o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear
como se estivesse dentro de uma névoa.
Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força
nossa mão já não tem como se levantar sozinho.

É quando aquele pai, que antigamente mandava
e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura
onde é a porta e onde é a janela- tudo é corredor,
tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador,
fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará
de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão
trocar de papel e aceitar que somos responsáveis
por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende
de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja
curiosamente nossa última gravidez. Nosso
último ensinamento. Fase para devolver os cuidados
que nos foram confiados ao longo das décadas, de
retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos
bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos,
vamos alterar a rotina dos móveis para criar os
nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra
no box do chuveiro.

A barra é emblemática, a barra é simbólica, a barra é
inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um
temporal para os pés idosos de nossos protetores.

Não podemos abandoná-los em nenhum momento,
inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos
pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados,
sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com o objetos,
envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos
cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvidas
e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores,
engenheiros frustrados. Como não previmos que os
pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do
acesso caracol, nos arrependeremos de cada
obstáculo e tapetes.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte,
e triste do filho que aparece somente no enterro e
não de despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até
seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama
para a maca, buscando repor os lençóis, quando o
Zé gritou de sua cadeira:

- Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu
pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra o peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo
câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom  tempo, um tempo
equivalente à sua infância, um tempo equivalente
à sua adolescência, um bom tempo, um tempo
interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
- Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua
vida é que seu filho está ali!


(Fabrício Carpinejar).

Fonte da imagem:

http://www.google.com.br

Amigos estou de volta.

Beijooo.

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